ATA DA TRIGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA DA TERCEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM 04-05-2015.

 


Aos quatro dias do mês de maio do ano de dois mil e quinze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida por Airto Ferronato, Bernardino Vendruscolo, Carlos Casartelli, Clàudio Janta, Dinho do Grêmio, Fernanda Melchionna, Kevin Krieger, Mauro Pinheiro, Pablo Mendes Ribeiro, Professor Garcia, Reginaldo Pujol, Rodrigo Maroni e Sofia Cavedon. Constatada a existência de quórum, o Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram Cassio Trogildo, Dr. Thiago, Elizandro Sabino, Guilherme Socias Villela, Idenir Cecchim, João Bosco Vaz, João Carlos Nedel, Jussara Cony, Lourdes Sprenger, Marcelo Sgarbossa, Márcio Bins Ely, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Paulinho Motorista, Paulo Brum, Prof. Alex Fraga, Séfora Gomes Mota, Tarciso Flecha Negra e Waldir Canal. Após, por solicitação de Clàudio Janta, foi realizado um minuto de silêncio em homenagem póstuma a Walter Souza, falecido no dia primeiro de maio do corrente. A seguir, o Presidente convidou a integrar a Mesa Priscila Moser e Aguinaldo Parussolo, respectivamente Chefe de Divisão Técnica e Coordenador do Laboratório Nacional Agropecuário no Estado do Rio Grande do Sul, e concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, a Priscila Moser, que discorreu sobre a importância econômica e social da entidade. Em continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, Reginaldo Pujol, Lourdes Sprenger, Sofia Cavedon, Bernardino Vendruscolo, Rodrigo Maroni, João Carlos Nedel e Prof. Alex Fraga manifestaram-se acerca do assunto tratado durante a Tribuna Popular. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Pablo Mendes Ribeiro e Airto Ferronato. A seguir, o Presidente concedeu a palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, a Priscila Moser. Os trabalhos foram suspensos das quatorze horas e cinquenta e cinco minutos às quatorze horas e cinquenta e sete minutos. Após, foi aprovado Requerimento verbal formulado por Professor Garcia, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da presente Sessão. Em continuidade, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje destinado, nos termos do Requerimento nº 039/15 (Processo nº 0944/15), de autoria de Professor Garcia, a assinalar o transcurso do aniversário dos setenta e cinco anos de fundação da Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – ESEF/UFRGS. Compuseram a Mesa: Mauro Pinheiro, presidindo os trabalhos; Rui Vicente Oppermann, Vice-Reitor da UFRGS; José Edgar Meurer, Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer; Maurício Ricardo Vieira Flores, representando o Comando Geral da Brigada Militar; Alberto Reinaldo Reppold Filho, Diretor da ESEF; Flávio de Souza Castro, Vice-Diretor da ESEF; e Carmem Masson, Presidenta do Conselho Regional de Educação Física. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se, Professor Garcia, proponente da homenagem, e João Bosco Vaz, este em tempo cedido por Nereu D'Avila. A seguir, o Presidente convidou Professor Garcia a proceder à entrega de diploma alusivo à homenagem a Rui Vicente Oppermann e concedeu a palavra a Alberto Reinaldo Reppold Filho e Rui Vicente Oppermann, que se pronunciaram sobre a presente homenagem. Os trabalhos foram suspensos das dezesseis horas e nove minutos às dezesseis horas e quatorze minutos. Na oportunidade, o Presidente registrou o transcurso, no dia três de maio, do Dia do Taquígrafo. Em COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se Rodrigo Maroni, em tempo cedido por Paulinho Motorista, Prof. Alex Fraga, Clàudio Janta, este em tempo cedido por Tarciso Flecha Negra, e Reginaldo Pujol. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se Jussara Cony e Sofia Cavedon. Também, foram registradas as presenças, neste Plenário, de Francisco Natal, do Laboratório Nacional Agropecuário no Estado do Rio Grande do Sul, e de José Olmiro Oliveira Peres, Secretário Adjunto de Turismo do Município de Porto Alegre. Às dezesseis horas e cinquenta e sete minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos, convocando os vereadores para sessão extraordinária a ser realizada a seguir. Os trabalhos foram presididos por Professor Garcia, Mauro Pinheiro e Jussara Cony e secretariados por Waldir Canal. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após distribuída e aprovada, será assinada pelo 1º Secretário e pelo Presidente.

 

 


O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA (Requerimento): Sr. Presidente, neste 1º de maio, perdemos uma grande liderança sindical do Rio Grande do Sul e do Brasil, presidente do Sindicato da Construção Civil e presidente da nova Central, Walter Souza, que teve uma morte súbita nesse dia. Solicito um minuto de silêncio em homenagem a este líder sindical.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Deferimos o pedido.

 

(Faz-se um minuto de silêncio.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Passamos à

 

TRIBUNA POPULAR

 

A Tribuna Popular de hoje terá a presença do Lanagro - Laboratório Nacional Agropecuário do Estado do Rio Grande do Sul, que tratará de assunto relativo à importância econômica e social da entidade. Convido para compor a Mesa o Sr. Aguinaldo Parussolo, Coordenador do Lanagro/RS e o Sr. Francisco Natal Signor, Superintendente Federal da Agricultura.

A Sra. Priscila Moser, Chefe de Divisão Técnica, está com a palavra, pelo tempo regimental de 10 minutos.

A SRA. PRISCILA MOSER: Obrigada a V. Exa., obrigada às Sras. Vereadoras e aos Srs. Vereadores, e a todos os integrantes do Ministério da Agricultura, do Lanagro, e aos demais participantes. Solicitamos uma agenda nesta Tribuna Popular para apresentar o Laboratório Nacional Agropecuário, o Lanagro aqui do Rio Grande do Sul. Esta iniciativa partiu para tentarmos uma aproximação de um dos entes importantes dessa cadeia. E, claro, um dos maiores interessados, não só na manutenção do nosso laboratório como na expansão do mesmo.

O Lanagro-RS pertence ao Ministério da Agricultura e trabalha dando suporte laboratorial para todos os seus departamentos de fiscalização, desde a área de fertilizantes, diagnóstico animal e vegetal, alimentos de origem animal e vegetal, rações, insumos pecuários e agropecuários.

V. Exas. sabiam que somente seis Municípios em todo o Brasil são contemplados com o Lanagro? Nós possuímos no Brasil todo seis laboratórios: um em Recife, um em Goiânia, um em Campinas, um em Belém, um em Pedro Leopoldo, e o nosso laboratório em Porto Alegre. Quais são as nossas atribuições como laboratório? Nós analisamos todas as demandas dos serviços oficiais do Ministério da Agricultura, servimos como referência nacional e internacional em questões de laboratório nacional agropecuário, auditamos os laboratórios credenciados, fazemos pesquisas e desenvolvimento de novos métodos analíticos, atuamos como centro regional para a difusão de conhecimento e mantemos bancos e dados de referência.

Possuímos quatro unidades físicas: duas em Porto Alegre, uma em Sarandi e uma em Santa Catarina. Vou falar um pouquinho de cada uma. A nossa unidade física de Porto Alegre fica na estrada da Ponta Grossa, Zona Sul de Porto Alegre. Lá nós possuímos um laboratório de controle de vacina de febre aftosa, um laboratório de diagnóstico de doença dos animais, de microbiologia de alimentos, análises físico-químicas de produtos de origem animal, resíduos e pesticidas em medicamentos veterinários e um laboratório de metais traços e contaminantes, além de ter toda a coordenação e toda a área administrativa.

Possuímos uma unidade na Farrapos com quatro laboratórios: um de classificação vegetal, um de sementes e mudas, um de fertilizantes e corretivos e um de bebidas e vinagres. Possuímos também um setor em São José, um serviço laboratorial avançado, que realiza análise de sementes e mudas, classificação vegetal, análise microscópica e físico-química de produtos de origem animal.

Possuímos ainda no Interior uma fazenda experimental, localizada em Sarandi, onde possuímos 180 hectares com uma população bovina de 1.400 animais, sendo que, por ano, passam por lá 5.500 bovinos. O Lanagro possui, aproximadamente, 504 métodos hoje disponíveis para a área de fiscalização do Ministério da Agricultura. Para se ter uma ideia do que é realizado no Lanagro: em 2013, fizemos 133 mil ensaios para a fiscalização; em 2014, 148 mil ensaios. O nosso corpo técnico é altamente qualificado, nós temos doutores, mestres, pós-doutores, graduados, sendo composto de mais de 240 colaboradores, dentre eles, 132 servidores públicos federais, sendo que 60 servidores públicos entraram no concurso do ano passado. O nosso orçamento em 2014 foi de R$ 15 milhões, nós originamos empregos diretos e indiretos no Lanagro. Eu vou falar um pouco, dar alguns exemplos da nossa inserção no mercado interno como Lanagro: participamos da Operação Leite Compensado, onde culminou a prisão de alguns fraudadores de leite; participamos de uma operação junto com a fiscalização para a detecção de um antifúngico em vinhos aqui no Rio Grande do Sul; participamos de uma operação para a detecção de fraude no frango, com inserção de água no frango, além do limite previsto; participamos de monitoramento e inquérito dos bovinos de Santa Catarina, quando houve o foco de febre aftosa no Paraguai; estamos participando de uma operação para a avaliação de azeites no mercado; fazemos o controle de cem por cento das vacinas de febre aftosa que são produzidas no País; todas as vacinas que são importadas ou exportadas passam pelo Lanagro antes de serem comercializadas. Ali tem um link para um vídeo de, aproximadamente, 18 minutos, caso tenham interesse. E eu citarei também alguns exemplos da nossa participação no mercado internacional. Nós participamos de validação de metodologias para diversos mercados internacionais extremamente exigentes, como a Rússia, Estados Unidos e a União Europeia. Nós recebemos aqui, em Porto Alegre, no Lanagro, mais de 15 países em missões estrangeiras, que vieram nos auditar, entre eles Estados Unidos, Coreia, Rússia e Cuba. Todas essas missões estrangeiras confirmaram que o Lanagro é referência em atividades laboratoriais aqui no Brasil.

Emitimos certificados sanitários internacionais de diversos produtos, realizamos auditorias em missões internacionais, nossos países compradores e exportadores, ministramos treinamentos em outros países da América Latina e damos subsídio técnico para oito adidos agrícolas que ficam em embaixadas – os adidos agrícolas dão aporte para os embaixadores do Brasil em países com extrema importância no agronegócio.

O Lanagro possui diversos projetos de expansão para atendimento a todas as demandas nacionais e internacionais que, a cada ano, vêm crescendo. Estamos em fase de finalização do nosso Estudo de Viabilidade Urbanística. Temos o projeto de reforma de seis prédios existentes na Ponta Grossa e temos ainda, como projeto, quatro novas edificações: um laboratório novo de físico-química com, 4 mil metros quadrados; um laboratório novo na área de biologia com aproximadamente 2 mil metros quadrados; um laboratório novo administrativo; um laboratório de biossegurança, conforme as normas da Organização Internacional de Epizootias – sanidade internacional – a OIE. Essa expansão do nosso laboratório só será concretizada se continuarmos tendo apoio do Governo Federal, juntamente com o Governo do Estado do Rio Grande do Sul e o Município de Porto Alegre. E esse é um dos grandes motivos da nossa presença aqui. Muito obrigada. (Palmas.)

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Eu quero, antes de tudo, cumprimentar a Superintendência do Ministério da Agropecuária aqui presente entre nós, é uma alegria tê-lo conosco, os dirigentes do Ministério e a nossa oradora Priscila, Chefe da Divisão Técnica do Laboratório Nacional Agropecuário do Estado do Rio Grande do Sul. Nós, em verdade, já conhecíamos muito a respeito do Laboratório, mas não com esse detalhamento pedagógico que nos foi apresentado, que serve para acentuar a relevância do trabalho que vem sendo realizado. Especialmente num Estado como o Rio Grande do Sul, onde a economia tem ampla dependência da agropecuária e de toda a cadeia do agronegócio, a importância do Laboratório se sobrepõe de forma muito forte. Em que pese eu ser um político urbano, Vereador em Porto Alegre, sei que somos os beneficiados finais do trabalho de inspeção realizado e que nos dá a garantia dos produtos, evitando uma série de situações que, no passado, já registraram, mas que hoje, em função dessa ação preventiva, são evitadas.

Então nós queremos dizer não só da alegria de recebê-los aqui, mas também da satisfação de saber que o trabalho continua a ser desenvolvido com muito empenho, com muita responsabilidade técnica e, sobretudo, com um compromisso com a eficiência, algo que se manifesta dia a dia, momento a momento. Meus cumprimentos. Sigam trabalhando bem. Porto Alegre e o Rio Grande do Sul agradecem essa ação positiva.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Lourdes Sprenger está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

A SRA. LOUDES SPRENGER: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Sra. Priscila, parabéns pela apresentação. Porto Alegre é muito grande. Eu desconhecia essa unidade aqui, tão próxima de nós. Trago a importância do trabalho de vocês para o agronegócio. Nós, que atuamos na causa dos animais domésticos, conhecemos o trabalho de vocês, do Ministério da Agricultura, na área do bem-estar animal, um trabalho originário de movimentos europeus. Recentemente falamos com a veterinária responsável por essa área.

Embora eu não observe que seja da sua área, a nossa preocupação é com os corantes de ração para animais domésticos, algo que traz consequências, a exemplo dos problemas de pele e outras doenças detectados por veterinários da nossa Capital.

Então, deixo esta minha preocupação, no sentido de que haja a fiscalização das empresas de ração relativamente aos corantes, e, às vezes, solução dessas doenças dá-se com ração especial para animais sensíveis. Obrigada.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Pablo Mendes Ribeiro está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. PABLO MENDES RIBEIRO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Hoje, a Tribuna Popular abre espaço para uma entidade fundamental para o desenvolvimento do País, e, muitas vezes, sequer percebemos a sua importância. Refiro-me aos laboratórios nacionais de agropecuária – Lanagro –, que são laboratórios oficiais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Neste momento, falo especificamente do Laboratório Nacional Agropecuário do Rio Grande do Sul, uma unidade estratégica para o Brasil, uma vez que o nosso Estado ainda é uma das unidades da federação que mais contribui para o primeiro setor. Para aqueles que não conhecem o Lanagro, quero dizer ele realiza as análises de caráter oficial exigidas em todas as etapas da produção dos produtos de origem animal e vegetal. O laboratório dispõe de unidades em Porto Alegre, nos bairros Ponta Grossa e Floresta, além de um posto agropecuário na Cidade de Sarandi, região noroeste do Estado.

Os certificados produzidos no Lanagro têm a finalidade de auxiliar os serviços oficiais da Superintendência Federal do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento do Rio Grande do Sul e, também, em parte, os de Santa Catarina e Paraná, responsáveis pelas ações de monitoramento, controle e fiscalização, visando a garantir a inocuidade e a segurança dos alimentos consumidos em todo o país. Além disso, realiza análise em produtos importados que ingressam no País para serem consumidos aqui.

O interessante dessa atividade laboratorial é que ela é muito discreta aos olhos da população, mas realiza-se um trabalho de garantia de qualidade alimentar que atinge a todos. A constante evolução dos métodos de análise dos alimentos que chegam à nossa mesa nos garante a segurança de, muitas vezes, identificar problemas lá na origem. Um exemplo próximo e recente desse trabalho é a operação Leite Compensado, que identificou fraudes na distribuição de leite ao Estado. Outro destaque é a vacina da Febre Aftosa, que é analisada, testada, somente na Unidade Gaúcha do Lanagro. Por tudo isso, o trabalho desenvolvido por todos os profissionais envolvidos no Lanagro deve ser respeitado. E mais: devemos estar atentos às orientações desses homens e mulheres, que trabalham diariamente para garantir o bem-estar da população.

Gostaria de fazer um destaque especial aqui. Meu pai, Mendes Ribeiro Filho, quando Ministro da Agricultura, sempre enalteceu a importância do Lanagro e de seus funcionários, assim como de toda a equipe da Superintendência do Ministério do Rio Grande do Sul. Inclusive, lembro-me de que, na época, existiam fortes pressões de outros Estados para tirar o Lanagro do Estado, e ele, como Ministro, reverteu a situação. Infelizmente, não pôde estar presente hoje, mas certamente está muito feliz pela Câmara de Vereadores ter aberto este espaço. Obrigado a todos e a todas. Vida longa ao Lanagro!

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

O SR. AIRTO FERRONATO: Meu caro Presidente Mauro, trago a nossa saudação a Priscila, ao Dr. Francisco, ao Dr. Aguinaldo, que comandam o Lanagro e, no nosso Ministério, a Superintendência no Estado do Rio Grande do Sul. Trago um abraço às senhoras e aos senhores que estão conosco nesta tarde. Vamos tentar complementar tudo aquilo que aqui foi dito, e nós, enquanto Câmara, temos uma missão importantíssima. E já quero chamar a atenção de algumas comissões, como, por exemplo, a Comissão de Justiça, a Comissão de Saúde, a Comissão de Direitos do Consumidor, a Comissão de Finanças, da qual faço parte, e dizer que já sei – conversei com a Priscila – do pleito de ampliação e reforma do prédio ali na Ponta Grossa. Eu trabalhei, por décadas, no Ministério da Fazenda – em 1975, assumi como funcionário. Eu, que andei pelo Estado e, também, pelo Município, estou aqui na Câmara desde 1989. Falo por dentro, meio que de cadeira, e sei as complicações do emaranhado de leis, regras e normas que existem no País, talvez certas, mas – repito – há complicações dessas regras. Nós, da Câmara, precisamos estar atentos para contribuir com isso. As regras do Município definem as regras do que se pode fazer em termos de espaços no Município. Para isso, nós precisamos conclamar todas as autoridades do Município de Porto Alegre para que deem uma atenção toda especial ao Lanagro, até por tudo o que aqui foi dito – não vou repetir. Para isso, nós precisamos de uma celeridade em todos os processos, até porque, como eu já disse, compreendo e conheço bem o assunto da regra da transferência do recurso público, do dinheiro que vem para a União, da União para uma entidade, para a construção.

Nós temos empenho, licitação, projeto, processo e assim por diante. Se nós não acelerarmos o processo interno em Porto Alegre, vai acontecer o que sempre acontece com o recurso público. Ele precisa ser aplicado em um determinado momento ou em um período de tempo, senão esse recurso retorna para Brasília.

Dada a importância do Lanagro no Estado, essencialmente aqui em Porto Alegre, chamo a atenção de toda a Câmara, das Sras. Vereadoras e dos Srs. Vereadores, para acompanharmos muito de perto, para que essas obras de ampliações sejam aceleradas, quanto às medidas e às licenças, para que Porto Alegre continue ganhando cada vez mais. Dado o momento em que vivemos, laboratórios que olham de perto, por exemplo, o leite, para que não se venda leite envenenado para gente pobre, criança e idoso... Por onde passa? Pela competência daqueles que conhecem o assunto. Aqui, nós falamos, discursamos e cobramos. Agora, quem acompanha, vê o que acontece, o que pode ser colocado no mercado e o que não pode são vocês. Portanto, minha cara Priscila, Dr. Francisco, Dr. Aguinaldo, contem conosco como companheiros de empreitada que conhecem o assunto. O Município de Porto Alegre precisa dar celeridade, um olhar todo especial para o processo do Lanagro para termos a satisfação de vermos ampliados os serviços para todo o povo gaúcho e brasileiro, em razão da qualidade do produto que precisa ser ofertado ao consumidor final. Um abraço a todos e obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra, nos termos de art. 206 do Regimento.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente, cumprimento a Priscila e os demais representantes do Laboratório Nacional Agropecuário no Rio Grande do Sul. Nós, da Câmara de Vereadores, temos pouca proximidade, e essa explanação é muito bem-vinda para que acompanhemos e, quiçá, façamos algumas parcerias. Com essa crise do leite, percebemos a importância do funcionamento pleno da atuação presente de laboratórios como o de vocês. Lamento que na semana que passou o Congresso votou em retirar o “T” dos transgênicos. Não conheço a opinião de vocês, mas tenho uma opinião muito clara de que a população tem o direito de conhecer o alimento que ingere, como ele é produzido, seus efeitos. Portanto, instituições como essa de vocês, para nós, são muito importantes.

Quero deixar aqui o nosso apoio para que a entidade tenha mais prestatividade do Governo Municipal no licenciamento. Daqui a pouco vamos receber representantes da ESEF da UFRGS, e nós tivemos que mobilizar esta Casa para que os processos de licenciamento de Porto Alegre pudessem viabilizar obras da Universidade Federal. Então nós não conseguimos compreender que órgãos estratégicos tão importantes não tenham um olhar diferenciado da burocracia do Governo Municipal. Contem conosco para fortalecer esse licenciamento. A presença de vocês é muito bem-vinda. Que a gente possa, enquanto Câmara, ter a parceria nas nossas Comissões. Muitos dos temas que vocês tratam chegam aqui como problemas. Parabéns, longa vida e fortalecimento.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Bernardino Vendruscolo está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr. Presidente; cumprimento as autoridades já nominadas. Parabéns pelo trabalho que desenvolveram na fiscalização do leite. Surpreendeu todos nós, brasileiros, e, com certeza, o trabalho dos senhores e das senhoras foi muito importante naquele momento. Que vocês possam seguir fiscalizando.

Eu vou falar de dois ou três assuntos aqui que não têm nada a ver, diretamente, com os senhores, mas têm, no sentido de pensarmos que as instituições devem trabalhar interligadas. Agora eu venho do Interior de Frederico Westphalen, daquela região de Irai, muito feliz, porque encontrei lá os agricultores, quase todos têm o seu açude, um criatório de peixes perto de casa. Há uns 20 anos nós víamos isso, já estamos evoluindo. Claro que nós, quando falamos em peixe... só quero fazer outro registro, aproveitar este momento, não tem nada a ver com os senhores, diretamente, mas é bom trazer estas informações, porque muitos não conhecem. Quando vamos ao supermercado aqui encontramos Surubim, Pacu, o Tambaqui, o Tambacu, que é uma cruza do Tambaqui com o Pacu. Eu falo isso porque eu pesco e conheço. Esse peixe considerado fora de tamanho só pode ser vendido porque ele é peixe de criatório, mas não tem absolutamente nada a ver com peixe original, o gosto, enfim. Infelizmente, nós não temos essas informações nos balcões dos supermercados, para dizer que é um peixe de laboratório, com todo respeito. Não tem nada a ver com o peixe original.

Há poucos dias eu surpreendi alguns colegas e me surpreendi também, quando fui ao supermercado e constatei que aqui em Porto Alegre, na Capital onde temos a segunda maior área em extensão agricultável e a primeira em cultivo, que nós estamos importando repolho, couve, alface, pepino, etc. do Paraná e de São Paulo. O que é lamentável, para nós, gaúchos. Eu vou deixar o questionamento aqui para os senhores.

Quando vamos comprar carne no açougue, essas carnes estão carimbadas. Qual a necessidade de se colocar esse carimbo na carne? E se, com esse carimbo, dá para consumir a carne tranquilamente. Fica aqui uma pergunta para vocês. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. RODRIGO MARONI: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Eu não conhecia o Lanagro, e quero inclusive comentar sobre isso. Acho que o trabalho de vocês deveria ser mais divulgado pela importância que tem. É o primeiro contato que eu estou tendo particularmente com o Lanagro. Eu estava tentando pesquisar mais informações com os colegas que já têm conhecimento e me surpreendi com a importância e o tamanho de vocês na representação do Brasil. Eu estava falando com o colega Pablo, cujo pai foi Ministro, e ele me comentava que aqui se realizam determinados trabalhos que vão para o Brasil todo, e isso não é de pouca importância. Então, quero conhecer a sede de vocês, que pela fotografia dá para ver que é muito grande, e, de fato, deve representar muito o trabalho de vocês. Vou comentar aqui para que, pela TV, a população possa procurar saber mais, pois, assim como meu eu, tenho certeza de que se as pessoas soubessem mais, entenderiam a importância do Lanagro. É um laboratório de análises físico-químicas e microscópicas de alimentos para animais; laboratório de controle de vacinas contra a febre aftosa; de diagnóstico de doença de animais; de análise de bebidas e vinagres; de análise para classificação vegetal; de análise de fertilizantes e corretivos; laboratório oficial de análise de sementes; de microbiologia de alimentos; laboratório de metais, traços e contaminantes; de produtos de origem animal; de análise de resíduos de pesticidas e medicamentos veterinários; há uma unidade de recepção de amostras; uma seção de atividades gerais, enfim. É um conjunto de trabalho muito grande para o nosso Estado, e, determinante, essa é a verdade. Então, parabéns pelo trabalho de vocês, vou tentar me inteirar mais, e quero, em breve, conhecer a sede do Lanagro, inclusive para divulgar esse trabalho. Lamentavelmente, muitas vezes, não aparece na imprensa e nos locais em que deveria. Parabéns. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. João Carlos Nedel está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero agradecer a vocês por terem vindo aqui divulgar o Lanagro/RS e colocar os Vereadores a par das atividades. A Priscila falou que precisa do apoio desta Casa. Eu sou o Presidente da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul, e essa Comissão realmente defende o desenvolvimento e as instituições que promovem o seu desenvolvimento, direta ou indiretamente. Eu quero deixar aqui a proposta de uma reunião específica na minha Comissão para a gente detalhar que tipo de apoio, o que podemos articular, fazer e ajudar nas suas demandas. Também seria importante fazermos uma reunião conjunta com a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, desta Casa. Estou à disposição, sejam muito bem-vindos, e muito obrigado. Obrigado, também, pelo trabalho que vocês fazem pelo desenvolvimento do Rio Grande do Sul e da nossa cidade de Porto Alegre. Vocês nos dão a segurança, e é importante a segurança alimentar, a segurança, também, dos produtos que são vendidos. Há muitos anos, eu trabalhei em uma empresa de adubos fertilizantes, e vejo como tinha falsificação, já naquela época. E não vou dizer que foi em 1800 – não é senhor? –, mas é perto disso. Hoje, graças a Deus, tem uma fiscalização mais efetiva. Muito obrigado, e continuamos à disposição! (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde. Em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna – também do PSOL –, eu gostaria de saudar a presença de vocês e o trabalho zeloso que fazem pela saúde de todos nós, rio-grandenses e brasileiros, nas figuras da Priscila, Francisco e Aguinaldo, estendendo a todos os profissionais que trabalham na área de regulamentação e fiscalização, porque termos parâmetros de referência para produtos, materiais de consumo é fundamental para que a saúde humana e a segurança alimentar sejam colocadas acima de tudo. Não adianta termos os parâmetros referencias se falta fiscalização, se falta o controle. Então, saúdo o trabalho de vocês e estendo a todas as entidades que também zelam pela nossa segurança alimentar. Boa tarde e bom trabalho.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Como um Vereador pediu um esclarecimento, apesar de não ser praxe, se a Priscila quiser responder, agradeço.

 

A SRA. PRISCILA MOSER: Boa tarde. Esclarecendo a questão dos carimbos nas carnes, eles servem para mostrar que a carne, de alguma forma, foi inspecionada por um médico veterinário, que fez a inspeção ante-mortem e post-mortem do animal. Isso ocorre dentro de frigoríficos de inspeção municipal, estadual ou federal. Esses carimbos roxos das carnes não são maléficos para a saúde; muito pelo contrário, demonstram que aquela carne é segura para o consumo.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Agradecemos as presenças do Sr. Francisco Natal, da Sra. Priscila Moser, do Sr. Aguinaldo Parussolo, representantes do Laboratório Nacional Agropecuário no Estado do Rio Grande do Sul – Lanagro. Colocamos a nossa Casa à disposição naquilo em que pudermos ajudar, abrindo espaços; o Ver. João Carlos Nedel, da Comissão de Economia, Finanças e Orçamento, também se coloca à disposição na sua Comissão. Aqui nós temos a Comissão de Saúde e Meio Ambiente, a qual colocamos também à disposição para fazer o diálogo, os esclarecimentos, tendo a certeza da importância desse laboratório para o conhecimento da população. Conte sempre com esta Casa para esse debate importante. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 14h55min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 14h57min): Estão reabertos os trabalhos.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA (Requerimento): Sr. Presidente, solicito a alteração da ordem dos trabalhos, para que possamos, imediatamente, entrar no período de Comunicações. Após retornamos à ordem normal.

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Em votação o Requerimento de autoria do Ver. Professor Garcia. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO.

Passamos às

 

COMUNICAÇÕES

 

Hoje, este período é destinado a assinalar o transcurso do 75º aniversário do ESEF/ UFRGS, nos termos do Requerimento nº 039/15, de autoria do Ver. Professor Garcia.

Convidamos para compor a Mesa o Sr. Rui Vicente Oppermann, Vice-Reitor da UFRGS; o Sr. José Edgar Meurer, Secretário Municipal de Esportes, Recreação e Lazer; o Major Maurício Ricardo Vieira Flores, representante do Comando-Geral da Brigada Militar; o Sr. Alberto Reinaldo Reppold Filho, Diretor da ESEF; o Sr. Flávio de Souza Castro, Vice-Diretor da ESEF; e a Sra. Carmen Masson, Presidente do Conselho Regional de Educação Física.

O Ver. Professor Garcia, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero dizer da minha alegria de hoje estar comemorando, junto com os Vereadores e com a cidade de Porto Alegre, os 75 anos da Escola de Educação Física.

Hoje, pesquisando, constatei que fiz proposição para homenagear os 60 anos, para os 65 anos e também para os 70 anos. Quero, aqui, também dizer que são momentos ricos, e a Câmara é plural, onde estão representados todos os partidos, mas cada um de nós também representa pelo menos uma das diversas profissões do mundo. É motivo de alegria.

Quero saudar e registrar também as presenças do Professor Ricardo Petersen, ex-Diretor da Faculdade de Educação Física, ex-Secretário de Esportes; Professor José Vicente Molina, também ex-Diretor; Carlos Aberto Cimino, Presidente da Federação de Vôlei; André Luís Carmo dos Santos, assessor de comunicação da Faculdade de Educação Física; Professor Adroaldo Gaya, professor há muitos anos, foi meu colega de aula; Professor Fiorindo Fulcher, que foi Presidente do Centro Acadêmico em 1962, que vejo sentado juntamente ao Professor Bruno Heck; o padrinho da nossa turma, Professor Jaime Werner dos Reis, o Peixinho; Professor Marcelo Xavier; Luiz Fernando Kruel, que, sistematicamente, tem nos ajudado com muitas ideias; Andréa Benites, Vice-Pró-Reitora de Graduação; e Professor João Guilherme Queiroga, Presidente da Federação Universitária Gaúcha de Esportes.

Sempre cabe ao proponente trazer um pouco da história. A Escola de Educação Física é a mais antiga escola de Educação Física do Estado do Rio Grande do Sul, criada em 6 de maio de 1940, oferecendo o curso superior de Educação Física a partir de 1941. Durante 30 anos, foi a única instituição formadora de profissionais de Educação Física no Estado do Rio Grande do Sul. Em razão disso a ESEF foi produtora e protagonista de um modelo estadual de formação de professores e professoras de Educação Física. Em 1970 foi incorporada à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, passando a oferecer o curso de Licenciatura em Educação Física. E aqui eu gostaria de relatar que eu fiz o vestibular de 71, o primeiro vestibular unificado da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, que até então fazia por cursos. Na época foi o primeiro vestibular unificado. Ao longo de sua história, a ESEF ofereceu o curso de Licenciatura, Bacharelado, Mestrado e Doutorado em nível de stricto sensu e também Curso de Especialização lato sensu, envolvendo áreas biomédicas, pedagógicas e sócio cultural. É uma instituição consolidada como um centro de excelência científica e acadêmica no cenário nacional. E faz muito bem o tripé em que se norteia toda a área de ensino: ensino, pesquisa e extensão, fazendo-o com propriedade. Em 1963 a escola ganha uma sede própria e passa a funcionar no bairro Jardim Botânico; no dia 16 de setembro, como falei sobre sua unificação, em cerimônia no ginásio de esportes, foram assinados atos de passagem do Estado para Federal. Quero também ressaltar que, em função do novo regimento, em 30 de janeiro de 1996, a Escola Superior passou a se denominar Escola de Educação Física, então, o “S” ficou de “superior” porque nos idos a Faculdade Superior de Educação Física tinha cursos de Técnico em Recreação, Massagem, entre outros, mas depois, com o tempo, foram sendo abandonadas, ficando só ficou o curso superior.

Atualmente tem junto o curso de bacharelado e licenciatura em dança – ambos desde 2008, e o curso de fisioterapia. O curso de licenciatura em Educação Física desde as suas origens, mais o Mestrado e Doutorado em Ciências do Movimento Humano. Eu falava a respeito de 1981, quando nós ingressamos, falei também que o Peixinho foi o nosso paraninfo na época, com muita alegria, faço questão de ressaltar que sete dos nossos colegas são docentes da UFRGS: Ricardo Petersen, Mário Brauner, Fernando Lemos, Professor Adroaldo Gaya – que está aqui, veio de forma magnífica, impecável, é um dos grandes professores de treinamento esportivo deste País – e o Guimarães, que foi Diretor e era Pró-Reitor da UFRGS quando houve aquele trágico acidente em que ele veio a falecer, estava andando de bicicleta na Av. Beira Rio, foi uma comoção, na época, porque era um jovem com um talento brilhante, pesquisador. Depois tive a oportunidade, para saudar a memória do Guimarães, de colocar seu nome em uma rua, que é uma alça, bem próxima de onde é hoje a Universidade.

 

A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um aparte?

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Por gentileza, Ver.ª Sofia, professora de Educação Física e ex-aluna da ESEF, concedo o aparte.

 

A Sra. Sofia Cavedon: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Professor Garcia, gostaria de me somar à homenagem, todos nós votamos favoravelmente a ela, 75 anos não é para qualquer faculdade, para qualquer curso. A história da nossa querida ESEF tem que ser lembrada, verificada e fortalecida. Quero apenas registrar, Ver. Professor Garcia, que eu entrei na ESEF/UFRGS em 1982 e pude viver o início da pedagogia crítica, ou da Educação Física crítica, ou do pensamento crítico na Educação Física. Para mim é o início do debate político em Porto Alegre: uma guria vinda do Interior... O livro do Professor Medina - “A Educação Física cuida do corpo e mente”; de lá para cá, a gente enxergou a ESEF fazendo história, formando gerações e gerações de educadores. Sentimos o baque da separação da licenciatura e bacharelado, vibramos e sabemos as dificuldades da ampliação e recepção do curso de dança e de fisioterapia. A ESEF é um orgulho para a nossa Cidade, para o nosso Estado, tem um grande papel a cumprir, se é que já não cumpriu, ou cumpriu em parte, assim como é o papel da educação. Na história a gente está sempre se repensando. Eu tenho certeza de que a grande crise da educação, que continua, que permanece, tem a ver com a ausência do lugar, do corpo, na escola, de ainda as escolas de educação deixarem para a Educação Física cuidar do corpo, e, de outro lado, a Educação Física não conseguir tornar a unidade corpo e mente, o aluno inteiro, como uma prioridade curricular, como um conceito básico do currículo. Eu acho que só vamos sair dessa crise da educação quando a Educação Física passar a estar no centro, porque nós somos corpo, nosso corpo é alma, e o desenvolvimento integral diz respeito a todos, continuar partindo o aluno, continuar domesticando, que era o grande debate da educação física crítica na minha formação. Infelizmente isso permanece na escola. Eu quero parabenizar a Escola de Educação Física, e principalmente, agradecer. Se tenho um tributo a fazer é à história desses pesquisadores, professores, que continuam formando para essa dimensão fundamental na realização do ser humano. Parabéns, Professor Garcia, grande professor.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado.

 

O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Professor Garcia, tenho a satisfação de me manifestar nesta hora e quero, desde logo, dizer que o faço, subscrevendo por inteiro o seu pronunciamento. Acho, meu caro Presidente, que os oradores oficiais dessas vocações carregam consigo a honra de ser o homenageante e a responsabilidade de fazer a homenagem. A honra, indiscutivelmente, já foi declarada, e a responsabilidade vem sendo cumprida rigorosamente pelo Ver. Professor Garcia, professor de Educação Física, ex-aluno da ESEF, e militante da causa. Edgar, tu sabes bem que tenho, ao longo do tempo, sustentado algumas posições que, de certa forma, me confundem com esses cruzadeiros que vocês representam na consagração da importância do trabalho do professor de educação física.

E eu me lembro que lá em Quarai uma das primeiras coisas que eu aprendi em latim foi a expressão Mens sana in corpore sano, a mente sã em um corpo sadio. Isso lá pelo início dos anos 50. Quem levava para Quarai essa colocação era um cidadão - o nome inteiro não me lembro –, Sr. Cori, professor de educação física, que saía de Porto Alegre para lecionar em Quarai e transformava as nossas tardes, no Ginásio Estadual de Quarai, nos momentos mais alegres. Porque em vez daquelas aulas enfadonhas de francês, inglês, aula de ciências, nós íamos jogar vôlei, ajudarmos a jogar tênis, treinarmos boxe, enfim, tudo aquilo que um professor de Educação Física, na sua multiplicidade, vai fazendo.

Então, no momento em que a gente recebe aqui o Vice-Reitor da nossa Universidade Federal do Rio Grande do Sul; Major Maurício Ricardo Vieira Flores representando a gloriosa Brigada Militar gaúcha, que não é uma pessoa estranha para nós, esteve aqui inúmeras vezes; Sr. Alberto Reinaldo Reppold Filho, Diretor da ESEF; Sr. Flavio de Souza Castro, Vice-Diretor da ESEF; Sra. Carmem Masson, Presidente do Conselho de Educação Física, eu devo sintetizar este meu aparte, que eu não diria inoportuno, mas que não se ajusta na qualidade com o pronunciamento de Vossa Excelência. Eu devo, sintetizando as razões da minha vinda à tribuna para dizer não só da minha solidariedade a V. Exa. e as homenagens que aqui são prestadas, como também a certeza de que aquilo que aprendi lá, do professor de latim que me passou a expressão Mens sana in corpore sano, a gente tem mais do que nunca consolidar. A sociedade brasileira precisa dar à cultura física bem orientada por um magistério bem preparado, as melhores e as maiores condições para que eles cumpram as suas atividades com eficiência.

E agora que a ESEF faz 75 anos - e eu penso que poucos aqui sabem o que é fazer 75 anos; eu sei, fiz no ano passado 75 anos e fui muito festejado por isso. Por isso, agora eu recebo a ESEF no rol da minha parceria. Viva os 75 anos da ESEF, muita força e, sobretudo, continuem com o belíssimo trabalho que até hoje fizeram em Porto Alegre e no Rio Grande. Parabéns, Vereador.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Pujol.

 

O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Ver. Professor Garcia, não poderia ser outro Vereador – eu tenho muito orgulho de fazer parte da nossa Bancada do PMDB, junto com o Pablo Mendes Ribeiro e a Ver.ª Lourdes Sprenger – a fazer este tipo de homenagem, pois é um homem que faz parte do Conselho Federal de Educação. Olha, meu colega, Ver. Professor Garcia, quando casei, em 1977, faz tempo, eu tinha uma janela de frente à ESEF, ali no Jardim Botânico. Uma pena que não me inspirei e fiz um pouco mais de educação física.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Está em tempo, Vereador.

 

O Sr. Idenir Cecchim: Se V. Exa. diz, eu acredito. Então, certamente, conheço muita gente, professores, pessoas que frequentam, que estudaram na ESEF. E a sua homenagem aqui é muito importante, partindo de V. Exa., que conhece as pessoas e a atividade, que sabe valorizar a atividade, o corpo docente que trabalha com a Educação Física. Eu diria que a ESEF é a mais importante instituição de Educação Física que nós temos. É uma homenagem justa. Eu queria cumprimentá-lo por isso, Ver. Professor Garcia, e também cumprimento a Diretoria da ESEF: os diretores, o Reitor pelo trabalho que fazem nesta instituição que Porto Alegre e o Rio Grande do Sul se orgulham muito. Obrigado.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Idenir Cecchim.

 

A Sra. Fernanda Melchionna: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Toda vez que a gente comemora a Universidade Federal do Rio Grande do Sul – a longevidade dos seus cursos, um curso importante como a Educação Física – é motivo de orgulho, por um lado, e de registro da luta permanente em defesa da universidade pública.

Eu vim do movimento estudantil, sei bem das lutas que houve, no final dos anos 1990, para que não houvesse a privatização da Universidade Federal. Acompanhei já, como militante do movimento estudantil, a luta pela permanência, pela ampliação e pela busca permanente das universidades federais na busca por um sistema que permitisse, cada vez mais, a democratização do acesso ao ensino superior.

Nós ficamos muito contentes com esses 75 anos. Quero cumprimentá-lo, novamente, pela proposição muito pertinente e dizer da importância deste momento. Eu tive oportunidade de participar do movimento estudantil justamente quando a ESEF conquistou seu restaurante universitário, uma demanda histórica dos estudantes, Prof. Alberto, e nós – eu era do DCE, junto com o movimento estudantil e diretórios acadêmicos – fizemos muita mobilização na universidade para garantir esse equipamento. E, neste momento, se faz cada vez mais necessária essa unidade, essa luta para que não haja corte de verbas nas universidades federais, para que haja um plano de carreira para os professores, para que se garanta os equipamentos necessários para suprir a falta de professores, técnico-administrativos. Temos maravilhosos cursos novos na nossa universidade, como Dança e Fisioterapia, Serviço Social, Políticas Públicas e outros tantos. A luta tem que ser permanente em defesa da universidade pública, democrática, popular, uma universidade que devolva esse conhecimento para a sociedade. E essa é uma luta que tem um apoio da Bancada do PSOL – meu e do Ver. Prof. Alex Fraga –, Prof. Rui, tem que ser uma luta permanente. Que nós estejamos, daqui a alguns anos mais, comemorando os 100, 150 anos de uma ESEF cada vez mais democrática, mais popular e com mais infraestrutura para a nossa população. Esse é o desejo do PSOL, e essa vai seguir sendo a nossa luta. Parabéns.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver.ª Fernanda. Quero registrar as presenças do sempre Vereador desta Casa e ex-Prefeito, João Antônio Dib, e a do Myron Assis Brasil, representando o Grêmio Náutico União, juntamente com a Professora Carolina.

 

O Sr. Tarciso Flecha Negra: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Parabéns, Ver. Professor Garcia, pela sua belíssima e merecida homenagem. Quero cumprimentar aqui o Presidente e o nosso Secretaria Municipal de Esportes, Recreação e Lazer, José Edgar Meurer, em nome dele cumprimento toda Mesa, os que nos assistem em casa, os professores de educação física. A educação física faz parte da minha vida. Ouvindo vocês falar sobre a ESEF, lembrei-me do Paulo Lumumba – já falecido –, que foi quem me ensinou muito a conhecer o meu corpo para que eu pudesse praticar e tentar fazer o esporte com dignidade. Então, eu tenho um carinho muito grande pelo professor de Educação Física. E foi ali na ESEF, com os professores, que aprendi como é bom a Educação Física. Só nós, que adquirirmos o que vocês, professores, passam para nós, sabemos que a educação física é vida! E ali eu descobri, aos 23 anos, que eu fazia em 11s07, 100 metros rasos, com o Professor Paulo Lumumba, na ESEF. Então, quando vocês falam sobre a ESEF, eu tenho um carinho muito grande, porque ali eu fiz os meus testes.

Eu quero dizer a vocês, professores de Educação Física, que maravilha o exemplo que vocês nos dão, do conhecimento do nosso corpo! O corpo é o bem maior que temos. Se nós cuidarmos desse bem, não existe um bem mais precioso do que esse. Então, quero agradecer muito a vocês, professores de Educação Física, por tudo isso que eu sou, por tudo o que fui no futebol.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Airto Ferronato: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Falo em nome do meu Partido, PSB, e do Ver. Paulinho Motorista, e quero dizer que é bom falar depois do Ver. Tarciso. Gostaria de cumprimentar o colega Garcia pela importante iniciativa de homenagear os 75 anos da ESEF. E acredito que o Ver. Tarciso fez uma síntese bastante interessante dos seus 100 metros em 11 segundos. E a questão do cuidar do corpo, que acaba dando uma atenção especialíssima para a alma, por isso a importância da educação física.

Todos tenham a certeza, nesta comemoração dos 75 anos, que, quando se fala em educação física, desponta na lembrança a ESEF como uma instituição consagrada no Estado. Então, deixamos os nossos cumprimentos, parabéns pelo aniversário e pela trajetória. Tenham a certeza, senhoras e senhores, de que a ESEF é uma Escola Superior de Educação Física conhecida, reconhecida e valorizada pelo porto-alegrense e pelo povo gaúcho. Um abraço. Obrigado.

 

A Sra. Jussara Cony: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Em primeiro lugar, cumprimento a Mesa e também o nosso Presidente, Ver. Mauro Pinheiro, que recebeu aqui a Senadora Ana Amélia Lemos, a Deputada Federal Maria do Rosário, as Deputadas Estaduais Stela Farias e Manuela D’Ávila, e os Movimentos de Mulheres junto com todas as Vereadoras, no sentido de uma atividade estratégica para a luta política neste País, e para a participação cada vez mais efetiva das mulheres. Eu cumprimento V. Exa. porque há homens que são aliados estratégicos na luta das mulheres.

Permita-me começar pelo querido Professor Oppermann, nosso Vice-Reitor da UFRGS, o qual conheço há tantos anos. Cumprimento também o Edgar, que hoje é Secretário, companheiro das lutas antigas, militantes; o Major Maurício; o Diretor da ESEF, Professor Alberto; o Vice-Diretor, Professor Flávio; e a Carmem Masson, Presidente do Conselho Regional de Educação Física, sempre é importante a presença das entidades representativas das nossas respectivas categorias. Eu falo em nome da Bancada do PCdoB, em meu nome e do Ver. Maroni, e começo cumprimentando o Ver. Garcia, professor, profissional de Educação Física, que nos permite, traz a esta Câmara Municipal a oportunidade de homenagear a nossa Escola Superior de Educação Física da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, nos seus 75 anos. Quando eu falo assim, eu quase que digo, Faculdade de Farmácia ou Medicina. Então, quero agradecer então, ao Ver. Professor Garcia, que nos permite essa homenagem. Há muitas coisas que nos ligam à ESEF, e eu quero homenageá-las dizendo essas coisas, desses momentos da vida de cada um de nós. Claro que o Ver. Garcia e eu temos uma solene diferença de idade, porque eu comecei mais tarde, a ser aluna da UFRGS, ele é barra 1971, eu sou barra 1972, uma geração importantíssima na luta estudantil da nossa Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Mas, eu sou funcionária da Universidade, desde 1962, último concurso da UFRGS, e quero homenagear a ESEF porque ali, através de um homem que foi referência na minha vida, que foi o Professor Poli Marcelino Espírito, médico oriundo da ESEF, eu me tornei na reforma universitária, Secretária do Departamento de Medicina Preventiva, Saúde Pública e Medicina do Trabalho. E o nosso Coordenador, o nosso Diretor era o Professor Poli Marcelino Espírito, e várias profissões de Saúde, ele era oriundo da ESEF, ali, foi o primeiro momento que eu tive essa concepção, que depois me levou a ser Farmacêutica da Equipe Multiprofissional de Saúde, com os ensinamentos de um homem que era Professor da nossa ESEF. Um orador, há 43 anos, do Botânico, portanto, eu e a minha família, as caminhadas para a nossa Saúde, sem dúvida nenhuma, o acolhimento da ESEF, não só os moradores do Botânico, mas aos moradores da Cidade. Eu acho que isso é muito importante, porque é um espaço estratégico para a garantia da Saúde de forma integral. E, por fim, o significado, então eu reafirmo isso da Educação Física, na busca da transversalidade nas equipes de saúde tendo como porta de entrada, a Estratégia da Saúde da Família, de nós termos um profissional de Educação Física, porque aí nós teremos duas coisas estratégicas: a humanização e a garantia de saúde integral. Então, é dessa maneira que eu quero homenagear a nossa ESEF, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Hoje, tenho a honra de ter, entre os meus 18 netos, um que é aluno da ESEF, da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um bom aluno, diga-se de passagem, e será, sem dúvida, um grande profissional, porque o que ele está vivenciando na ESEF, com certeza, o direcionará para essa concepção de saúde, sob o ponto de vista físico, mental, espiritual, humano, com a participação de todos os profissionais da área da saúde, sem hegemonias, porque, assim, nós teremos, um dia, um SUS integral e universal para todos, com qualidade. Então é desta maneira que uma profissional farmacêutica, funcionária e aluna da ESEF, homenageia a Escola e o Ver. Professor Garcia, que, aqui, se destaca como um profissional, também, dando a sua valiosa contribuição para essa compreensão.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver.ª Jussara.

 

O Sr. Guilherme Socias Villela: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Prezado Ver. Professor Garcia, veja em que situação estou: como fui o penúltimo a me inscrever, já disseram tudo ou quase tudo. Eu vou, Ver. Professor Garcia, saudar, na pessoa do Professor Rui Vicente Oppermann, a quem conheço há mais de 20 anos, a todos os que estão presentes na mesa. Quero me congratular, Ver. Professor Garcia, com a iniciativa de Vossa Excelência. Como eu disse, já disseram quase tudo, mas eu vou lembrar de uma coisa. Houve uma homenagem à Universidade Federal do Rio Grande do Sul, em que estava presente o Professor Rui Vicente Oppermann, e eu vou mais ou menos repetir uma observação que eu fiz para Vossa Excelência. Nós somos professores – eu já fui, V. Exa. ainda é –, somos amigos, uma amizade muito forte, sendo que, em política, pode, de um momento para o outro, haver um tropeço, o que não vai acontecer conosco; mas tem uma coisa que ninguém tira de nós dois: somos ex-alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Muito obrigado, Ver. Professor Garcia.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Vereador.

 

O Sr. Cassio Trogildo: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Quero saudar pela iniciativa, Ver. Professor Garcia, falando aqui em nome da Bancada do PTB – em nome dos Vereadores Paulo Brum, Casartelli e Elizandro –, por esta justa homenagem. É muito difícil falar em uma homenagem do Ver. Professor Garcia, depois do nosso ex-Prefeito Villela. Mas quero me gabar, aqui, porque, assim como os dois, também sou oriundo da UFRGS, da Escola de Administração, e, enquanto a ESEF tem 75 anos, a Escola de Administração, que fazia parte das Ciências Econômicas, recém está fazendo 50 a profissão, na década de 90 teve uma escola na Universidade Federal. Parabéns a todos vocês por esse belo trabalho junto à ESEF, referência no treinamento físico e em todas as especializações; parabéns ao Professor Garcia pela justa homenagem. Obrigado.

 

O Sr. Clàudio Janta: V. Exa. permite um aparte? (Assentimento do orador.) Se começarem a se gabar aqui, também vou me gabar quando fizerem homenagem para nutricionista, porque dizem que o gordo não pode falar. Eu já não caibo mais nas minhas roupas, podem ver que estou ridículo. Eu estou fazendo 45 minutos de hidroginástica, não estou fazendo os cem metros em 11 segundos, como o Tarciso, faço em uma hora! Mas essa é uma homenagem muito justa que o Professor Garcia faz, bem como as pessoas que começam a praticar Educação Física, mesmo que tarde, como é meu caso.

Quero saudar o nosso Presidente da Câmara que, como já foi dito aqui, ontem, apareceu mais do que qualquer jogador da dupla Gre-Nal; o Sr. Vice-Reitor da UFRGS, Rui Vicente Oppermann; o Sr. Secretário Municipal, José Edgar Meurer; o Sr. Major da Brigada Militar, Maurício Ricardo Vieira Flores; Sr. Diretor da ESEF, Alberto Reinaldo Reppold Filho; Sr. Vice-Diretor da ESEF, Flávio de Souza Castro e a Sra. Presidente do Conselho Regional de Educação Física, Carmem Masson. Quero dizer que todas as pessoas tinham que ter a consciência da necessidade da atividade física. Essa é uma justa homenagem a essa instituição que vem prestando relevantes serviços à nossa Cidade, ao nosso Estado.

 

O SR. PROFESSOR GARCIA: Obrigado, Ver. Clàudio Janta, agradeço a todas as bancadas as manifestações. Quero fazer três registros. Quando a Ver.ª Jussara Cony falou do Professor Poli Marcelino Espírito, lembrei que ele foi nosso professor. Aí quero fazer um registro a um dos grandes professores, que foi um divisor de águas, na história que iniciou, que era o professor José Jacinto Targa, embora, muitas vezes discutíamos veementemente, mas é uma pessoa que marcou a história e a sua trajetória dentro da Educação Física. E, falando nisso, quero também lembrar, quando agora o Ver. Janta falou, e alguns disseram da importância da Educação Física, a importância da UFRGS. Eu quero mais uma vez agradecer que, quando a Universidade Federal completou 70 anos, por deferência da Escola de Educação Física da UFRGS, me convidaram, cada faculdade, um professor graduado escrevia, e os colegas me escolheram. E eu fiz a indagação: qual a importância da UFRGS na tua vida? Eu coloquei naquela oportunidade que, se não tivesse a Universidade, uma instituição gratuita, eu não teria feito Educação Física. Certamente, não estaria aqui e nem em todos os lugares onde estive. Então, sou muito grato a essa possibilidade de ter um ensino de qualidade, um ensino gratuito, coisa que, naquela época, não se brigava tanto por qualidade de ensino, porque sabíamos que realmente tínhamos uma boa qualidade de ensino.

Para finalizar, eu quero fazer um convite ao nosso diretor de Faculdade, o Professor Reppold para se engajar no movimento nacional que é a construção da LDB do Esporte. Eu acho muito importante, uma oportunidade que está em nossas mãos, profissionais de Educação Física. O Ministro, inclusive, nos dois dias em que esteve aqui enfatizou bastante isso, nos cobrando essa situação. Mas temos que trabalhar e escrever a Lei de Diretrizes e Bases do Esporte, que vai ser um novo referencial para uma nova situação do esporte brasileiro. E ao mesmo tempo, pedir a colaboração, estamos encarregados pela Comissão Nacional de Justiça, um grupo grande, de elaborar um projeto de atividade física carcerária para o nosso País. E, atualmente, como presidente da Frente Parlamentar da Educação Física e Desporto, nós vamos fazer o lançamento nacional aqui na Câmara. A professora Carolina, inclusive, já está nos dando uma mão, mas gostaríamos que também a Universidade se engajasse nesse movimento para que possamos propor uma atividade nova, que é um projeto novo que o Conselho Nacional de Justiça está solicitando aos profissionais de Educação Física, para que elaborem um Plano Nacional de Atividade Física, numa política carcerária. Fico por aqui e agradeço, mais uma vez, e quero dizer da importância dos 75 anos de uma Instituição, cada vez mais consolidada na formação dos profissionais do nosso Estado e do nosso País. Muito obrigado à Faculdade de Educação da ESEF/UFRGS. Obrigado, Reitor. (Palmas.)

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações. (Pausa.) Ausente. O Ver. João Bosco Vaz está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Nereu D’Avila.

 

O SR. JOÃO BOSCO VAZ: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Um abraço ao Ver. Professor Garcia pela iniciativa. Como é bom poder, na Casa do Povo, organizar este período nobre da Casa, de Comunicações, para falar em educação – tão presente na vida de todos nós e, muito especialmente, nesses 75 anos da ESEF. Eu estava ali sentando vendo os meus colegas fazerem suas saudações e lembrando, Professor Vicente, Queiroga, Mirón, Cimino e tantos outros que estão aí, que, até bem pouco tempo, a profissão de Educação Física não era reconhecida. O que era o absurdo dos absurdos! O que acontece é o inverso agora com a minha profissão de jornalista, porque apareceu um cidadão lá e mandou tirar o diploma, e qualquer um virou jornalista. E, nessa sua história de 75 anos, eu quero dar uma relevância aqui, Garcia, a essa integração da ESEF com a sua comunidade; não só com a comunidade acadêmica e seus alunos que lá frequentam, mas a integração com a comunidade, que está presente no dia a dia utilizando suas dependências, aproveitando, com tempo livre, em busca da qualidade de vida, os projetos sociais que a ESEF/UFRGS coloca em prática, as oportunidades proporcionadas aos alunos carentes, que lá fazem seu concurso, passam e conseguem ter o diploma de curso superior. E os 75 anos da ESEF/UFRGS é um exemplo, Ver.ª Fernanda, de que a universidade pública é uma realidade! Que a universidade pública é uma universidade! E a ESEF/UFRGS forma e coloca no mercado centenas, e centenas, e centenas de profissionais, alguns profissionais conhecidos – da mídia –, outros nem tanto e outros buscando o seu espaço. Eu saúdo, Professor Garcia, primeiro, a criação do Conselho Federal de Educação Física, do qual V. Exa. teve participação, e, agora, saúdo o trabalho que o CREF realiza neste Estado. Pena que estejamos no século XXI, em 2015, e ainda haja professor de Educação Física que não aceita o CREF! Ainda haja professor de Educação Física sem o seu registro lá no seu Conselho Regional de Educação Física! Ah, eu gostaria, como jornalista, de ter um Conselho Regional e um Conselho Federal, para poder defender a nossa profissão. E, quem estuda, faz o seu curso superior, e nós falamos aqui de 75 anos da ESEF/UFRGS... Não é apenas sentar lá na sua sala e ficar ouvindo o Professor Vicente, com as suas matérias, o Peixinho, que lá também foi Professor. Não pessoal! Ali tem conteúdo de vida! Quando o professor sai formado dali, ele não é o professor: ele é o pai, ele é o psicólogo, ele é o aluno, porque, infelizmente, não é de hoje que os pais entregam para os professores a educação de seus filhos! Esta que é a realidade! E os professores conseguem, além do trabalho do dia a dia, também ter tempo para ser psicólogo, ser pai, ser amigo.

E uma situação me incomoda nessa questão da Educação Física, Professor Edgar. Eu fui Secretário de Esportes, depois fui Secretário da Copa, é inadmissível que os professores de Educação Física que estão na Secretaria Municipal de Esportes só possam se aposentar com 35 anos de trabalho, enquanto que os que estão na sala de aula se aposentam com 30 anos. Pergunto: quem está na SME, tem turma e livro de chamada não está na sala de aula? Ele está na sala de aula. Então, essa lei federal tem que ser mudada! Igualdade para todos, porque todos estão em sala de aula.

Para encerrar, parabenizo mais uma vez pela passagem dos 75 anos de engrandecimento no desenvolvimento desta Cidade, deste País, criando grandes profissionais, grandes homens e grandes educadores. Muito obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Registro a presença do Secretário Adjunto de Turismo, José Olmiro Oliveira Peres. Seja bem-vindo.

Convido o Ver. Professor Garcia para proceder a entrega do Diploma alusivo aos 75 anos da ESEF/UFRGS ao Dr. Rui Vicente Oppermann.

 

(Procede-se à entrega do Diploma.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. Alberto Reinaldo Reppold Filho, Diretor da ESEF, está com a palavra.

 

O SR. ALBERTO REINALDO REPPOLD FILHO: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Agradeço a todos os líderes de bancada, em especial àqueles que se pronunciaram, e muito nos envaideceram as palavras dirigidas à Escola de Educação Física. É importante dizer que falo na presença de colegas, de ex-diretores, e, fruto desse trabalho, ao longo desses 75 anos, a nossa Escola conseguiu atingir um nível de maturidade, excelência e competência que muito nos orgulha. Quero também cumprimentar os colegas aqui presentes. Temos aqui representantes de outras escolas de Educação Física; federações e confederações esportivas; clubes e entidades esportivas; gestores do esporte no nosso Estado; lideranças que têm conduzido a parte da Educação Física, do esporte e da educação no nosso Município, no nosso Estado e também em nível federal. Faço um cumprimento muito particular aos nossos ex-professores, alguns deles meus professores também, que, com seu esforço e trabalho, enriqueceram a nossa Escola de Educação Física; aos nossos professores atuais, aos nossos servidores técnicos, alunos e ex-alunos.

Quero dizer, primeiro, que me sinto muito honrado de estar nesta solenidade, recebendo da nossa Câmara de Vereadores este reconhecimento pela história da nossa instituição.

Como o Professor Garcia referiu, a nossa Escola foi criada em maio de 1940. Agora, na quarta-feira, nós completamos, efetivamente, os nossos 75 anos.

É importante dizer que a nossa Escola surge com uma preocupação fundamentalmente ligada à educação e à saúde. São estes dois elementos-chave que ligam, de uma maneira, o nosso passado ao nosso presente. Desde o início, houve um compromisso sério – e eu diria que as primeiras gerações de professores de Educação Física que trabalharam nas nossas escolas do Estado, depois do Município e também na rede privada, eram de professores oriundos da nossa Escola de Educação Física.

É importante também dizer que os parques públicos e praças de Porto Alegre, no seu início, também tiveram um forte apoio e foram liderados por professores e ex-professores da nossa Escola. Também ministraram essa atividade nos nossos parques públicos; muitos, ainda hoje, oriundos da nossa Escola, como de outras instituições coirmãs da área da Educação Física, também formam profissionais para atuar nesses setores.

É importante dizer também que sempre tivemos uma forte vinculação com a área da saúde. Na verdade, lá nos anos 1940, quando se falava em escola e quando se falava em Educação Física na escola, se falava em saúde. A saúde era um ponto central das reflexões, das referências daquela época. Isso também tem sido uma tradição da nossa Escola, o nosso compromisso com a área da saúde. Então, desde os anos de 1970, com o advento das academias, das clínicas, dos hospitais, etc., a atividade física se faz presente, com a orientação dos profissionais da Educação Física, muitos deles oriundos da nossa Escola.

É importante dizer que vários desses serviços foram criados por profissionais que foram formados também na nossa Escola. Quando pensamos na questão da Educação Física e saúde mental, por exemplo, lá tinham profissionais da Escola de Educação Física. Quando nós pensávamos na recreação hospitalar, lá tinham profissionais formados na Escola de Educação Física da UFRGS. Então, ali também tem um compromisso forte, e, mais recentemente, com a questão do lazer. O lazer também passou a ser um foco de interesse e de importância para a área de Educação Física. Então, eu diria que, ao longo desses 75 anos, a nossa Escola tem se preocupado em atuar fundamentalmente nessas áreas.

É importante dizer, na parte da pesquisa, neste pequeno espaço de tempo que eu tenho destinado à minha fala, que a Escola de Educação Física, através do Laboratório de Pesquisa do Exercício, um dos primeiros laboratórios de pesquisa do nosso País, criado no início dos anos 70, foi responsável por um grande advento da pesquisa científica em nosso País e, particularmente, em nosso Estado. Junto com a Universidade de São Paulo e junto com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, a Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por meio da sua Escola de Educação Física, se engajou fortemente na parte de investigação científica, na época, ainda vinculado à parte da fisiologia, da medicina, da antropometria, e, posteriormente, nas mais diversas áreas, como pedagogia, sociologia, história e várias outras áreas de pesquisa e interesse. O nosso laboratório, desde os anos 70, tem sido referência para o País e para a América Latina. Não foram poucos os profissionais da Educação Física, médicos, fisioterapeutas que vieram à nossa Escola para fazerem sua formação, num local – já naquela época – de excelência e que não era desfrutado por outros países da América do Sul. Então, esse é um aspecto importante, que deu um impulso fundamental para que a nossa Escola passasse de uma instituição basicamente de ensino para uma instituição também de pesquisa.

Hoje, temos a grata satisfação de termos 70 professores, todos eles com doutorado, grande parte deles com doutorado em outras universidades fora do País, e novas gerações sendo formadas dentro da nossa própria Escola de Educação Física.

Temos, hoje, um programa de pós-graduação fortemente consolidado, na área do mestrado e do doutorado, que começou ainda com os primeiros professores que se aventuraram ao Exterior, ainda quando as oportunidades de fazerem seus mestrados e doutorados no Exterior eram poucas, e ao retornarem, com o desenvolvimento das suas pesquisas e com os seus ensinos de graduação, qualificaram, de maneira fundamental, o ensino e a pesquisa em nossa instituição.

É importante destacar, assim como fizeram alguns dos Vereadores em seus pronunciamentos, que a Escola de Educação Física tem uma forte inserção social. A nossa Escola não se limita às suas atividades de ensino e pesquisa, mas atende uma quantidade muito grande de pessoas da nossa comunidade, das mais diversas faixas etárias, desde bebês – nas aulas de natação -, até o nosso CELARI, que trata do idoso, pessoas com quase cem anos de idade. Temos vários projetos esportivos, vários projetos ligados à saúde, vários projetos ligados ao lazer que atendem, então, mais de mil pessoas semanalmente em nossas instalações. Sem contar toda a comunidade do bairro Jardim Botânico e do entorno que faz uso das nossas instalações e que nos ajudam a preservar e a valorizar aquele espaço. Ao longo desse período, também é importante destacar, que a nossa Escola começou com o apoio de muitas instituições. Alguns hoje aqui presentes conosco, como a Sogipa e o Grêmio Náutico União, pois, quando a Escola de Educação Física ainda não tinha suas instalações, contribuíram com as suas instalações para que pudéssemos desenvolver o nosso curso. Então temos também uma relação muito próxima com os clubes esportivos, com as federações, temos o nosso Centro de Excelência do Esporte, temos o nosso Centro de Memória do Esporte que preserva a história do esporte em nosso Estado. É um museu reconhecido dentro do circuito de museus. Então, isso tudo é motivo de orgulho, mas obviamente que nada disso existiria sem o esforço coletivo. Eu quero agradecer por esta homenagem, porque a Cidade de Porto Alegre muito apoiou e tem apoiado a nossa Escola, a Câmara de Vereadores tem apoiado de forma enorme as nossas reivindicações. Então, quero, neste momento final, agradecer muito por esta homenagem. Ficamos muito honrados. Quero agradecer a todos os Vereadores, aos aqui presentes, àqueles que já não estão mais, pelo apoio que sempre recebemos da Câmara de Vereadores de Porto Alegre. É importante também destacar, peço ao nosso Secretário José Edgar Meurer que leve também os nossos agradecimentos à Prefeitura de Porto Alegre, ao nosso Prefeito, de quem sempre recebemos muito apoio também, ao nosso Conselho Regional, ao Conselho Federal, à Brigada Militar que é uma entidade que esteve sempre presente conosco desde o nosso início. Alguns dos nossos professores e diretores eram da Brigada Militar, portanto, quero agradecer também, Major Flores, pelo apoio que a Brigada tem sempre nos trazido. Por fim, agradecemos o apoio que sempre recebemos também da Universidade Federal, através do Sr. Rui, a quem muito agradeço por estar aqui conosco. Obviamente que os desafios são sempre muito grandes ainda. Esperamos manter esta tradição da nossa Escola nos próximos anos que se seguem. Obrigado a todos pela magnífica homenagem à nossa Escola.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Sr. Rui Vicente Oppermann, Vice-Reitor da UFRGS, está com a palavra.

 

O SR. RUI VICENTE OPPERMANN: (Saúda os componentes da Mesa e demais presentes.) Quero iniciar trazendo o agradecimento muito particular do Reitor da Universidade, o Professor Carlos Alexandre Neto – que está em compromisso fora da Cidade –, à homenagem, mais do que justa, que está sendo prestada por esta Casa à nossa ESEF. Esta homenagem foi motivada pelo Ver. Professor Garcia, um companheiro de trabalho. Ao longo dos anos o temos como parceiro nas múltiplas iniciativas que a UFRGS e esta Casa têm realizado conjuntamente. E, neste momento, seja por sua própria formação ou pelo reconhecimento que essa formação deu às suas origens, a Câmara presta esta homenagem à nossa ESEF. Na verdade, a UFRGS é uma Universidade que tem o seu DNA dentro de Porto Alegre. Começou como Universidade de Porto Alegre, depois, tornou-se uma Universidade Federal, com extensões no Estado, no País e, hoje, também no Exterior. Ao longo desse processo, a ESEF, que se incorporou à UFRGS, também começou como uma unidade com fortes raízes universitárias. Essas raízes se estenderam e deram frutos, seja na comunidade local, seja na comunidade estadual, mas também nas parcerias que hoje nós temos no plano nacional e internacional com a nossa ESEF. Eu agradeço ao Professor Garcia, e, em nome dele, a toda a comunidade da ESEF, pela parceria que a ESEF tem feito para o esforço que a UFRGS busca no sentido de melhorar a sua qualidade com convênios e todo o tipo de atividade acadêmica que hoje nós temos com várias entidades internacionais. A ESEF, na verdade, tem uma origem muito interessante, aqui colocada por vários dos nossos colegas Vereadores, que é a sua origem como formadora de professores. Nós todos estamos acostumados a falar da crise da educação, da crise do ensino básico, e, quando vamos examinar isso melhor, vamos encontrar varias áreas da carência na formação de professores e na formação dos nossos alunos no ensino básico; mas prestem atenção: jamais na Educação Física! Isso se dá porque a ESEF tem sido um exemplo que se proliferou. Foi uma das primeiras escolas, uma das primeiras faculdades de ensino superior, proliferando-se o exemplo, e hoje nós temos, na formação dos professores de Educação Física, a certeza da qualidade que tanto almejamos para todo o ensino básico. Esta é a nossa grande responsabilidade como universidade: a formação de professores qualificados para o ensino básico, de tal maneira que a gente possa melhorar, também, a qualidade de vida dos nossos cidadãos. Mas não se limita ao ensino básico, não se limita à formação de professores. A ESEF, hoje, tem, no ensino, na pesquisa e na extensão, o seu tripé típico de uma universidade, e, a partir, exatamente, das atividades de pesquisa e de extensão, tem hoje relações que lhe levam para todos os cantos do País e para vários outros locais internacionais, com convênios, especialmente daqueles que se realizam com Portugal, já há vários anos.

Nesse sentido, também, devo pontuar que as universidades federais experimentaram, nos últimos anos, uma expansão, sendo acolhidas pela comunidade da ESEF, criando-se dois novos cursos: o curso de Dança e o curso de Fisioterapia – cursos esses que já têm sucesso garantido. Eu faço parte do Conselho Diretor do Hospital de Clínicas, e, lá, tive um dos melhores elogios que se pode ter ao curso de fisioterapia, que é a grande qualidade dos alunos de Fisioterapia formados na ESEF nos seus estágios, dentro do Hospital de Clínicas. Isso mostra que, ao longo desses 75 anos, a construção do ensino, da pesquisa e da extensão, na ESEF, está pautada na ideia da excelência, da qualidade, da inclusão e de estender, sim, a toda a comunidade, as oportunidades que se criam a partir das atividades da ESEF.

Por isso mesmo, nada mais justo do que, aqui, na Casa da comunidade porto-alegrense, a Casa com a qual a UFRGS tem laços de DNA quase que indissolúveis, nós viemos para assistir e particularmente agradecer ao Ver. Professor Garcia pela homenagem que se faz à ESEF e à UFRGS, que faz com que a gente entenda que a nossa missão como gestores, como professores, como pesquisadores de uma universidade pública é a grande missão que resgata a cidadania e faz com que a gente tenha garantias de que este País, exatamente pela coisa pública, vai fazer com que tenhamos cada vez melhor qualidade.

Longa vida à ESEF e muito obrigado pela homenagem que justa se propõe e se dá aqui nesta Casa a nossa escola de Educação Física. Obrigado.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Quero parabenizar o Ver. Professor Garcia pela excelente oportunidade que nos deu de homenagear a ESEF/UFRGS pelo excelente trabalho que esta universidade presta a todos nós, porto-alegrenses e gaúchos, e dizer que esta Casa está sempre à disposição. Continue realizando esse trabalho de excelência que tanto orgulha a todos nós, porto-alegrenses.

Agradecemos a presença de todos os senhores e senhoras e encerramos esta homenagem. Estão suspensos os trabalhos para as despedidas.

 

(Suspendem-se os trabalhos às 16h09min.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro – às 16h14min): Estão reabertos os trabalhos.

Quero parabenizar, Ver. Tarciso, as taquígrafas pelo Dia do Taquígrafo, no dia 3 de maio, ontem, domingo. (Palmas.)

O Ver. Rodrigo Maroni está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Paulinho Motorista.       

 

O SR. RODRIGO MARONI: Boa tarde, Sr. Presidente Mauro Pinheiro; boa tarde, demais colegas Vereadores e Vereadoras; boa tarde, funcionários da Câmara; público que nos assiste nas galerias; servidores da UFRGS, que estavam em uma homenagem à ESEF, que é um símbolo importante na nossa Cidade; e público que nos assiste pela TV.

Eu queria hoje falar do Dia do Trabalhador, que foi sexta-feira, e o quão importante e justa é homenagear as pessoas não só pelo seu trabalho, mas pelo quão importante é a ocupação na vida da pessoa. Independente da profissão, independente da iniciativa de trabalho, como servidor, autônomo ou alguém que trabalha em alguma empresa, trabalhar sempre faz o ser humano melhor, faz o ser humano ser mais elaborado, faz famílias mais felizes. Além de uma necessidade, é algo que deve ser bastante valorizado, não simples e puramente, porque o Dia do Trabalhador é todos os dias, mas nos seus direitos e nos seus deveres, que são fundamentais.

Eu queria também falar do dia de ontem, o Dia da Liberdade de Imprensa, e fazer uma breve homenagem a todos aqueles que, de alguma maneira, são envolvidos - assessores de imprensa, jornalistas, o pessoal que trabalha na Câmara, o pessoal que trabalha nos jornais, nas revistas, que nos acompanham, bem como dizer o quanto esse papel é fundamental para a sociedade em todos os aspectos, pois é através da imprensa que se forma opinião hoje. Muitas vezes, a imprensa tem um papel mais importante do que Governo, mais importante do que diversos Parlamentos. A imprensa entra na casa das pessoas e, muitas vezes, é o assunto da semana, é o assunto de meses. Quero dizer o quanto importante é a gente preservar esse espaço como algo determinante para a sociedade, para que as pessoas possam ter acesso àquilo que não tinham. Hoje, existem as redes sociais, que também são um espaço determinante para a discussão de assuntos relevantes para a sociedade, mas a imprensa não perde o seu papel por isso. Então, a liberdade de imprensa tem que ser preservada em todos os países e, aqui, no Brasil, em especial, onde a gente vive, a gente tem que sempre defender isso de forma incondicional.

Quero falar também de duas pequenas campanhas que a gente está fazendo pelo mandato. Eu queria convidar todos os colegas que se interessarem, que têm iniciativas assim ou próximas a isso... A gente está fazendo agora, com a chegada do frio, o recolhimento de toalhas, edredons, panos para animais; a gente chama isso de doação do tapetinho. Com a chegada do frio, a gente sabe que os animais, principalmente, aqueles que estão abandonados, muitas vezes, não têm onde morar, passam frio, porque também não há quem os cuide. Então, a gente vai recolher esses trapinhos, como a gente chama, para fazer doação para todos os protetores e protetoras, defensores, de Porto Alegre, que é onde a gente consegue ter acesso, para que eles possam distribuir da melhor maneira possível. Para que essa doação, Professor Alex, não seja só para cachorro, que a gente consiga fazer doação também para pessoas, Ver. Paulo Brum, que haja iniciativas nas grandes empresas, que façam recolhimento de roupas, porque há crianças passando frio, basta andar na rua para perceber isso. Eu, diversas vezes, paro para observar crianças, às vezes de quatro ou cinco anos, de chinelo de dedos no início do inverno. Isso não é, seguramente, uma opção, mas, sim, consequência de uma falta de possibilidade que a vida apresentou para elas. Então as campanhas de agasalho são fundamentais para diminuir, não resolver essa questão.

Eu quero também falar e convidar a todos para, no dia 10, no domingo, comparecer à 1ª feira que vamos fazer de doação de cães e gatos no Gasômetro, pelo mandato. Até então, estávamos acompanhando as doações da Seda ou de protetores e protetoras que faziam as doações. A gente conseguiu agora a liberação da SMAM; então, provavelmente, de 15 em 15 dias, vamos estar em parques e praças de Porto Alegre doando. E todos os meus colegas – Casartelli, que é meu amigo – que gostam de tomar um chimarrão, dar uma volta em uma praça, é um momento legal, é um momento de doação. As pessoas pegam o animalzinho para levarem para suas casas; um espaço de família, bastante descontraído e feliz. Então, se tu puderes ir lá, vou ficar muito feliz. Essa primeira vai ser no dia 10, eu vou divulgar as outras, e vou ficar muito contente com cada colega que participar, porque é uma iniciativa do mandato, mas pode ser estendida a todos.

 

(Não revisado pelo orador.)

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Jussara Cony está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; Ver. Mauro Pinheiro, V. Exa. hoje nos recebeu; recebeu o que significa o movimento organizado e de partidos políticos, através das suas mulheres. Nós estivemos aqui com a Senadora Ana Amélia de Lemos, representando a Senadora Vanessa Grazziotin, Presidente da Procuradoria Especial da Mulher no Senado; a Deputada Maria do Rosário, representando a Câmara Federa e Procuradoria da Câmara Federal; as Deputadas Stela Farias e Manuela d’Ávila, representando a Assembleia Legislativa, já com um projeto de Resolução no sentido da Procuradoria da Mulher; a Vice-Prefeita Beth Colombo, e as nossas Vereadoras Sofia Cavedon, Séfora Mota, Lourdes, Mônica e esta Vereadora. Várias mulheres de partidos políticos importantes: PCdoB, PT, PMDB, Partido Progressista, PRB, PSB e PPS estavam representados por suas mulheres, muitas das quais Presidentes de partido, como é caso da Manuela d’Ávila. Duas companheiras, representantes eleitas recentemente do Conselho Estadual dos Direitos da Mulher: Fabiane Dutra, da União Brasileira de Mulheres, e Nádia representando o Governo do Estado do Rio Grande do Sul, participando do Conselho; Silvana Conti, representando o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, muitas mulheres feministas; a Cris Correa, representando o Conselho Municipal dos Direitos das Mulheres de Porto Alegre.

E nós estávamos numa reunião nesta Casa com o objetivo de envolver este parlamento. O Ver. Mauro prontamente esteve conosco e já acolheu os nossos encaminhamentos que vêm, exatamente do Senado Federal, num processo importantíssimo nessa luta de Mais Mulheres no Poder, e a participação política das mulheres.

No dia 25, por acordo de todas essas lideranças, vamos fazer o lançamento da campanha Mais Mulheres na Política na cidade de Porto Alegre, com a presença do Senado, através da Vanessa Grazziotin e Ana Amélia de Lemos; da Câmara Federal, da Assembleia Legislativa e das Câmaras Municipais, inclusive, o Ver. Mauro já se comprometeu - eu, no caso, como sua Vice-Presidente, de trabalharmos no parlamento da Região Metropolitana, Vereadoras, Prefeitas, mulheres que ocupam cargo de direção. Mas eu diria, e falei isso na reunião, com a presença de homens também, porque a nossa participação na política anda pari passu, ainda não em igualdade de condições, mas com homens que têm uma visão voltada à emancipação feminina e do seu significado para a emancipação de todos nós.

Eu vou conversar, Ver. Janta, com o Presidente da CUT, o Presidente da CTB e já encaminho, em relação à Força Sindical, porque são centrais que tem essa participação feminina no seu processo, para que façam parte, também. O convite vai para o dia 25, quando vamos lançar a campanha Mais Mulheres na Política. Nós assinamos uma carta, uma carta importante, hoje de manhã, que se chama Mais Mulheres na Política. Nós afirmamos a sociedade que é preciso mais, mais espaço de representação feminina em todos os Fóruns, que as eleições de 2014 descortinaram um contraste brutal ainda maior, seja no Congresso Nacional, seja na Câmara Federal - Congresso e Câmara. Esse quadro naturalmente vai ser alterado, através de uma atuação combinada, entre um enfrentamento a uma estrutura política excludente das mulheres e a mobilização das mulheres. Diante disso, foi lançada, pelo Congresso, Mais Mulheres na Política. Estaremos trabalhando em todos os Estados. O Rio Grande do Sul começou hoje, nesta Câmara Municipal. Então, eu sempre faço esse resgate do processo democrático que essa Câmara, na sua história, sempre viveu. Aqui nessa Câmara nós conseguimos reunir Senadoras, Deputadas Federais e Deputadas Estaduais, buscando o nosso consenso entorno da PEC nº 23/2015 que garante 30% das mulheres no Poder Legislativo, e a PEC nº 24/2015, que torna obrigatória a pluralidade de gênero, quando da renovação de 2/3 no Senado. Então, é um informe, é um convite a essa Casa. As colegas Vereadoras já estavam lá; todas as nossas colegas Vereadoras participam de espaço de direção, estamos nos incorporando nesse processo; sem dúvida nenhuma, no dia 25, na Assembleia Legislativa, teremos um grande ato.

 

(Aparte antirregimental.)

 

A SRA. JUSSARA CONY: Sim, a Carla Pires assinou. O documento está aqui, eu já tenho cópias desse documento para entregar aos senhores Vereadores. A assinatura dela está bem aqui, Vereador, é uma das companheiras que assinou. Eu não cheguei a dizer o nome de todas, mas vou entregar esse documento. Acho que o Movimento Sindical é estratégico nesse processo, porque do movimento sindical, do movimento de mulheres, do movimento negro, do movimento da juventude, virão mulheres para o Mais Mulheres no Poder. Muito obrigada, Srs. Vereadores.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): A Ver.ª Sofia Cavedon está com a palavra para uma Comunicação de Líder.

 

A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.ª Jussara Cony, querida parceira da luta das mulheres, da luta da esquerda. Eu, em nome do Partidos dos Trabalhadores, quero dizer que nós, educadores e professores do Brasil, da área do ensino profissional, da educação básica, estamos de preto. Chamaram, hoje, para que todos fossem trabalhar de preto, devido à violência com que foram tratados os professores de Santa Catarina, lutando pela sua previdência, pela preservação do fundo de previdência do seu instituto do Paraná, Ver. Prof. Alex, do instituto que garante a sua aposentadoria.

Nós, hoje, inclusive, vamos votar, na Reunião Conjunta das Comissões, mais uma mudança no nosso Previmpa, no nosso instituto que queremos preservar. Se essa moda, se essa prática de atingir os fundos de previdência se espalha, todo o esforço de liberação dos orçamentos dos Estados e dos Municípios, que era alardeado e colocado como urgente, necessário e imprescindível para a saúde financeira do Estado brasileiro e dos entes federados... E, por isso, a controversa reforma da previdência, há 10 ou 12 anos; depois, as reformas que foram feitas em Estados e Municípios, quando servidores públicos passaram a contribuir mais para a sua previdência, e se construiu uma transição para o regime de capitalização, e não apenas o regime de partilha simples, ou seja, os aposentados passam a contribuir, a constituir o seu fundo e a aliviar, progressivamente, a folha, o Tesouro. Ora, isso foi controverso! Os trabalhadores, à época, entenderam que era um sacrifício pedido aos trabalhadores. Vejam bem: foram constituídas, se assumiu, se absorveu, Ver. Pujol, e, agora, lamentavelmente, há Governos que entendem que dá para botar a mão naqueles fundos públicos que os trabalhadores estão fazendo para a sua previdência. Lamentavelmente, foi essa a imposição do Governador Beto Richa e do Parlamento do Paraná, imposição com cães, com armas, com tiros de borracha atingindo o rosto dos professores, com bombas de efeito moral, bombas que se multiplicaram. Foram 90 minutos de enfrentamento de uma categoria que lutava desarmada e que tinha o direito de entrar na Assembleia. É muito triste ver o Parlamento, que é a Casa do Povo, atropelando o povo em conivência com o Governador, o Executivo. Por isso, estamos de preto em todo o País. Amanhã os professores se manifestam na frente da Assembleia Legislativa e nós vamos construir mobilizações nacionais em 29 de maio, mobilizações com dois eixos. Um deles, a terceirização, segundo as palavras do Macaco Simão, o piadista: “1º de maio, revogação da Lei Áurea no Brasil!” Imaginem virar piada nacional! O dia 1º de maio no Brasil significou a revogação da Lei Áurea! Ou seja, a escravização, funcionários que não terão a quem reivindicar os seus direitos trabalhistas, o depósito da previdência, o Fundo de Garantia. Não venham mentir e iludir os trabalhadores, que possibilitando a terceirização e a quarteirização está-se garantindo os direitos trabalhistas. Isso não é verdade! Afirmo e reafirmo, porque temos vivido isso em Porto Alegre, onde a terceirização joga o trabalhador no desemprego sistemático, na insegurança do salário entrar no fim do mês e de ter depositado o Fundo de Garantia. E a Prefeitura é solidária! Portanto, estamos lutando contra a terceirização, contra a violência a quem luta por seus direitos.

Sr. Presidente, que 1º de maio mais triste que o Rio Grande do Sul, que o Brasil vive! Que lamentável que a CLT, que levamos anos para ser construída, está sendo rasgada! A luta social está nas ruas! Amanhã estaremos juntos com os professores lutando pela educação e pelos direitos dos trabalhadores e trabalhadoras.

 

(Não revisado pela oradora.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Prof. Alex Fraga está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. PROF. ALEX FRAGA: Boa tarde a todos; público que nos assiste nas galerias e pela TV Câmara; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; a semana que passou foi uma semana muito triste. Na semana passada, tivemos um ato terrível – sobre o qual a Ver.ª Sofia Cavedon se reportou muito bem –, uma vergonha disseminada principalmente pelas redes sociais. E o que mais envergonha foram os dados – ditos oficiais – fraudulentos, montados e colocados nas redes sociais por alguns integrantes da Polícia do Estado do Paraná. Isso é uma vergonha, é lastimável! Policiais se fazendo de vítimas, pintando-se com tinta e colocando imagens nas redes sociais para dar uma falsa aparência de que sofreram agressão, de que agiram por retaliação. Pois é, uma aluna minha passou-me uma mensagem, logo após o ocorrido, perguntando: professores, com o que vocês poderiam agredir esses policiais? Vocês atirariam neles livros? Vocês os agrediriam com conhecimento, com instrução? Talvez seja muito disso que falte para alguns agentes públicos, os quais têm dever a cumprir: ao invés de cumprirem com o seu dever – nesse caso específico seria garantir os direitos da população –, simplesmente agiram de acordo com o mando das ditas autoridades instituídas pelo voto democrático, baixando porrada numa série de cidadãos que exigiam os seus direitos, a sua aposentadoria, basicamente, uma garantia de futuro para quando parassem com seu trabalho tão digno, a sua carreira. Então, é com muito pesar que venho até a tribuna fazer esse relato.

Eu gostaria de aproveitar o espaço para passar alguns outros temas em revista. Eu fico muito preocupado – apropriando-me de algumas informações – quando começo a conhecer melhor algumas repartições e algumas Secretarias da nossa Cidade. Uma amiga de longa data me trouxe a informação de que Porto Alegre contava apenas com uma médica veterinária no Serviço de Inspeção Municipal e de Alimentos de Origem Animal da SMIC. Realmente, fiz um Pedido de Informações à SMIC e me foi relatado que sim, realmente existe apenas uma única médica veterinária prestando esse serviço e ela está em vias de aposentadoria. Precisamos de quadros funcionais para que a nossa saúde seja preservada. O SIM Animal certifica estabelecimentos e permite o funcionamento deles, muitos desses estabelecimentos trabalham com produtos de origem animal, como é, no caso, o nome: Serviço de Inspeção Municipal e de Alimentos de Origem Animal. Esses produtos: carnes, mel, laticínios podem ser veículos de transmissão de uma série de enfermidades. São dezenas de estabelecimentos certificados pelo SIM Animal, e uma única médica veterinária para fazer a fiscalização desses estabelecimentos é pouco; e que está em vias de aposentadoria. Vai faltar fiscalização, ficaremos desguarnecidos frente a uma tarefa tão importante. E aproveitei para falar disso, neste momento, justamente por causa da Tribuna Popular. As análises laboratoriais, a fiscalização e o controle da saúde devem ser prioridade para um Governo, mas, infelizmente, a SMIC ficará desguarnecida desse posto. É uma tristeza! Então, fico por aqui, uma boa tarde a todos, até mais.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(A Ver.ª Jussara Cony assume a presidência dos trabalhos.)

 

A SRA. PRESIDENTE (Jussara Cony): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo do Ver. Tarciso Flecha Negra.

 

O SR. CLÀUDIO JANTA: Ver. Tarciso Flecha Negra, agradeço a V. Exa. pela cedência do tempo. Primeiramente, quero saudar a todos os trabalhadores, agradecer a todos os trabalhadores que participaram junto conosco da procissão de Nossa Senhora do Trabalho, no dia 1º, onde milhares de trabalhadores levaram suas carteiras de trabalho para serem abençoadas. Também agradecemos a todos os trabalhadores que estiveram conosco, na Praça México, onde nós reafirmamos as nossas bandeiras de lutas. Quero também reafirmar que hoje, às 17h, estará indo uma delegação de dirigentes sindicais aqui do Rio Grande do Sul para Brasília, pois amanhã o Congresso Nacional vai apreciar – e nós vamos estar lá com dirigentes sindicais do Brasil inteiro – as duas Medidas Provisórias em que a Presidente Dilma Rousseff tira o direito de trabalhadores, é a Medida Provisória 664 e a Medida Provisória 665, que atingem o seguro-desemprego, o PIS/Pasep, a aposentadoria, a licença-maternidade, atingem vários direitos adquiridos pelos trabalhadores. E, como a Ver.ª Sofia só ficou com esse discurso da terceirização, não fala de outras questões como, na calada da noite, no 1º de maio, o seu Governo aumentou novamente as taxas de juros! Taxa de juros que vem para nós, para os trabalhadores! Taxa de juros que parece que no seu Governo não existe! Que voltou a ter uma das taxas mais altas do mundo! Isso não existe! Isso não tem influência nenhuma na cesta básica! Isso não tem influência nenhuma na vida do trabalhador! Nenhuma, nenhuma, nenhuma! O seu Governo, que teve, na véspera de 1º de maio, publicado o maior índice de desemprego dos últimos anos! O maior índice de desemprego dos últimos anos! O seu Governo que registra acidente de trabalho com sete mortes ao dia, porque está sucateando, sucateando o Ministério do Trabalho! Sucateando o Ministério do Trabalho! Sucateando o Ministério do Trabalho! O seu Governo que está sucateando a qualificação profissional dos trabalhadores! Terceirizando para o Sistema “S”! Fala em terceirização, mas o seu Partido contrata terceirizados! O seu Partido – “casa de ferreiro, espeto de pau” –, contrata terceirizados. Os jornalistas do seu Partido são todos terceirizados! Volto a falar aqui, estou me tornando repetitivo, mas eu quero propor uma agenda positiva para o Brasil, primeiro, derrotando essas duas medidas provisórias da Presidente Dilma Rousseff. Tiram números não se sabe de onde. Realmente a terceirização de que a Ver.ª Sofia Cavedon fala é um trauma na vida dos trabalhadores, e nós a estamos regulamentando, tanto que estamos propondo uma Moção de Solidariedade às emendas que o Dep. Paulinho apresentou no Congresso Nacional e que garantem que o trabalhador não vai mais precisar esperar a ação ser julgada para, depois, entrar contra o contratante. Agora ele é solidário, o trabalhador já entra com outros dois, não tem mais que esperar! Agora quem contratar vai ter que reter parcelas do Fundo de Garantia, do 13º salário e das férias; vai ter que reter essa porcentagem. Já dizia Adolf Hitler: “Uma mentira contada mil vezes se torna verdade”. Então essa mentira da terceirização está sendo contada mil vezes para se transformar em uma verdade, mas, toda vez que essa mentira vier à tona, nós vamos subir à tribuna para combatê-la. A verdade é sete mortes, por dia no Brasil, em acidentes de trabalho, o Ministério do Trabalho está sendo sucateado. A verdade é que, amanhã, votam-se duas medidas provisórias da Presidente Dilma Rousseff que tiram direitos dos trabalhadores, que, em seu programa eleitoral, disse que “Nem que a vaca tussa, eu vou tirar direitos dos trabalhadores”. E a verdade é que cabe ainda à base do Governo, que é a maior base no Congresso Nacional, derrubar essas medidas já que são tão ruins; cabe à Presidente, além disso, o veto a essa medida da terceirização, já que se elegeu com a maior base que está no Congresso Nacional. Não é a nossa base, mas nós, volto a afirmar, com os nossos 16 deputados, fizemos o possível e o impossível para garantir os direitos dos trabalhadores e vamos continuar fazendo, como vamos fazer amanhã e depois de amanhã derrotando as duas medidas provisórias da Presidente Dilma Rousseff, que aumenta o seguro-desemprego, que cancela o PIS/Pasep, que tira direitos dos trabalhadores. Muito obrigado, Sr. Presidente. Com força, fé e solidariedade, vamos seguir lutando par defender os direitos dos trabalhadores.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

(O Ver. Mauro Pinheiro reassume a presidência dos trabalhos.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra em Comunicações.

 

O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, diz bem o Ver. Clàudio Janta quando se refere à votação que, no dia de amanhã, irá ocorrer no Congresso Nacional: votação de proposta de origem governamental, medidas provisórias encaminhadas pela Presidente Dilma Rousseff. Salientou o Ver. Clàudio Janta que a Presidente afirmou, de forma muito peremptória - para usar o termo do ex-Governador Tarso Genro -, que não mexeria em nenhum dos direitos dos trabalhadores. Ora, Sr. Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras, mexer, nesta hora, no seguro-desemprego é um crime que se faz, porque, de um lado, se aumenta a possibilidade do desemprego até mesmo com essa escalada do juro - que é o maior dos últimos 20 anos, daqui deste País. E ao mesmo tempo em que se criam essas dificuldades de emprego, se faz essa política equivocada de ampliar a carência para 18 meses. Ou seja, só quem ficar 18 meses desempregado vai poder buscar a oportunidade de gozar, novamente, o benefício do salário desemprego. Ora, tudo isso é confuso, é confuso. Às vezes, até as pessoas dizem: “Não, tu não estás entendendo bem!” É claro que eu não estou entendendo bem, eu não estou entendendo nada mais! Porque há determinadas coisas que se fossem propostas pelo meu partido, até não surpreenderia ninguém, mas proposta pela Presidente Dilma Rousseff, a mãe dos trabalhadores brasileiros, isso não dá para entender, Sr. Presidente.

E agora - acertou bem o Ver. Janta - mentem para o País que a terceirização votada pelo Congresso Nacional é um desastre para o País e é um desastre para a classe dos trabalhadores, é mentira! E até porque, em matéria de terceirização, ninguém terceiriza mais do que o Governo Federal. Mais, o Governo até quarteiriza! Não vamos esquecer o episódio dos médicos cubanos, que vêm trabalhar no Brasil por um salário miserável, para que o Governo continue mandando dinheiro para Cuba, para manter o paraíso cubano. Isso é terceirização? Não! Isso é pior, é precarização, é postura delituosa da parte do Governo.

Sr. Presidente, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, eu não costumo vir à tribuna para falar de assuntos tão relevantes para a Nação, na medida em que existe uma realidade local sobre a qual eu pretendo sempre me debruçar com prioridade, porque quem não resolve o seu problema no Município fica com pouca autoridade para buscar solução nacional. E a gente tem trabalhado, aqui em Porto Alegre, nesse sentido. Agora, não dá para calar, não dá para silenciar diante deste fato.

Ver. Janta, V. Exa. sabe que há só dois partidos claramente comprometidos em votar contra essa Medida Provisória amanhã? E que são o seu e o meu? Nem o PSDB tem esta posição claramente tomada; liberaram os seus integrantes.

Agora, certamente, a Ver.ª Sofia deve estar satisfeita com esta circunstância, com toda a certeza vai estar satisfeita. A Vereadora deve ser uma das militantes do apoio à CUT, que é aquela que tem afirmado pelo mundo inteiro que o que o Congresso Nacional votou é a precarização absoluta das atividades laborais neste País, quando, em verdade, é a regulação efetiva de algo que, até hoje, o Congresso Nacional não tinha tido a coragem de fazer e que o Brasil inteiro vivia convivendo com uma terceirização que se realizava em função de uma resolução do Tribunal Superior do Trabalho e não de uma lei propriamente dita.

Quem quer viver sob o império da lei tem que correr o risco de ditar as leis, e elas merecem – e até muitas vezes justificadamente – contestações, como nós estamos contestando por antecipação. Eu tenho temor de que amanhã, com estas Medidas Provisórias, a máquina governamental volte a funcionar e de que, efetivamente, se consumem esses delitos contra a classe trabalhadora.

Fique claro que, mais uma vez, coerentemente com a posição que sustentamos ao longo do tempo, estamos numa posição de contrariedade com esse Governo da contradição, com esse Governo da mistificação, com esse Governo da mentira, que se elegeu e se reelegeu na base da mentira e que, agora, tem dificuldades de se sustentar. E fazem algum tipo de terceirização ao seu modo: terceirizam, com o Vice-Presidente, as negociações políticas e, com o Ministro Levy, a negociação econômica. Por isso não me surpreende quando eu vejo o ministro informar, lá de Nova Iorque, dos Estados Unidos da América, que o Fundo Monetário Internacional aprova a política da Presidente Dilma Rousseff. Por quê? Porque está satisfeito com ela, porque, no fundo, ela consolida a sua ação em favor dos fortes; quando crescem os juros bancários, é para que o banqueiro ganhe e o trabalhador pague. Era isso, Sr. Presidente.

 

(Não revisado pelo orador.)

 

O SR. PRESIDENTE (Mauro Pinheiro): Convido os líderes a se aproximarem da Mesa para combinarmos o andamento da Sessão. (Pausa.) Estão encerrados os trabalhos da presente Sessão.

(Encerra-se a Sessão às 16h57min.)

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